Câncer de boca e outros perigos do sexo oral, alertados por médicos
Prática sexual requer atenção; saiba como as prevenir condições adversas
Nesta semana, uma notícia de que sexo oral pode causar câncer de boca impressionou a atriz e apresentadora Tata Werneck e deu o que falar nas redes sociais. O assunto veio à tona após um recente estudo publicado no jornal acadêmico “The Conversation” sobre a relação da doença com a prática sexual.
À ISTOÉ, o médico oncologista Luiz Henrique Araújo, diretor regional da Dasa Oncologia no Rio de Janeiro, explica que câncer na amígdala e na base da língua são os principais tipos que atingem a orofaringe (atrás da garganta). Hábitos como tabagismo e alcoolismo estão entre os fatores de risco, entretanto, o destaque crescente tem sido a relação do tumor com o Papilomavírus Humano (HPV).
“Felizmente, esses tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um prognóstico melhor, chance de cura bem maior, do que o câncer de orofaringe não relacionado ao HPV”, pontua o médico.
O HPV é uma preocupação comum entre as mulheres, visto que pode desencadear no câncer de colo de útero, o terceiro tipo mais incidente na população feminina, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, a relação da doença com o sexo oral tem outra característica epidemiológica: acontece predominantemente em homens na quarta e quinta década de vida, não fumantes e brancos.
Se atentar aos sintomas é imprescindível. No caso do câncer de boca relacionado ao sexo oral, é comum a presença de gânglios no pescoço, que podem anteceder o surgimento de lesões na garganta, nódulos e feridas persistentes na região. “Essas infecções geralmente são crônicas e antigas. O vírus fica nas criptas da base da língua e da amígdala e, em determinado momento, a imunidade não o controla mais e pode levar ao surgimento de um câncer”, pontua o médico.