Blog do Elvis/Pe Notícias
Em agosto de 2024, a menos de dois meses das eleições, foi assinada a ordem de serviço para a construção do Abatedouro Frigorífico Especializado em Caprinos e Ovinos de Floresta, no Sertão de Pernambuco. A obra foi orçada em mais de R$ 3 milhões e anunciada como um marco para a caprinovinocultura do Sertão. Um ano depois, no entanto, a realidade é de frustração: a obra sequer foi iniciada. No terreno onde deveria estar em andamento a estrutura, só há mato e a placa de obra já deteriorada pelo tempo.
Importância estratégica
Floresta é o maior produtor de caprinos e o segundo maior produtor de ovinos de Pernambuco (IBGE/2016), estando localizada no coração do Polo Itaparica, um dos maiores rebanhos do Nordeste. A implantação do abatedouro com certificação é vista como fundamental para garantir segurança alimentar, padronização de cortes e valorização da carne, além de combater o abate clandestino, que ainda prevalece na região.
Expectativa x realidade
O anúncio do empreendimento foi feito com solenidade e presença de autoridades, entre elas o então deputado estadual licenciado e atual secretário de Turismo, Kaio Maniçoba, responsável por assinar a ordem de serviço em agosto do ano passado. O prazo de conclusão foi projetado para abril de 2026, mas até agora não há previsão oficial de início dos trabalhos.
Risco de perda de recursos
Diante da inércia, cresce a preocupação de que os recursos destinados à obra sejam perdidos, comprometendo um investimento considerado essencial para a economia regional e para os produtores rurais.
Nos bastidores da política, uma falha na elaboração do projeto seria o motivo da construção não ter sido iniciada até agora pela Compacta Construções, empresa vencedora da licitação. O problema teria sido identificado pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro). A dúvida é: um ano ainda não foi tempo suficiente para fazer essa correção e iniciar os trabalhos?
Cobrança da comunidade
Um ano após a assinatura do documento, o abatedouro permanece apenas como promessa. Moradores e produtores cobram explicações da prefeitura, da Codevasf e do governo federal sobre os motivos da paralisação e exigem transparência no uso dos recursos.