Sindicalistas dizem que propostas prejudicam os mais pobres

Entidades sindicais criticaram na última quarta-feira (20) a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).
Manifesto assinado por oito centrais sindicais, entre elas Conlutas e Força Sindical, defende que seja criado um calendário para a realização de mobilizações de massa contra o que as entidades chamam de “fim das aposentadorias“. Os sindicatos preveem também a realização de um dia nacional de mobilizações, em data a ser definida. No texto, as centrais falam em um amplo “chamamento da população para que defenda a Previdência“. Também prometem que ampliarão sua atuação junto ao congresso Nacional.
Atinagoras Lopes, membro da secretaria-executiva nacional da Conlutas, disse que, levando em conta o conteúdo da reforma do governo, o que ele chama de privatização da seguridade social, não há possibilidade de negociação. Ele afirmou que deverão ser convocados dias de paralisação e uma greve geral de trabalhadores, aos moldes da realizada durante o governo de Michel Temer (MDB) em abril de 2017.
“Do ponto de vista dos trabalhadores brasileiros que ganham até um salário mínimo é um ataque muito grande, colocando sobre eles a ameaça de receber uma aposentadoria de R$ 500.” Em nota enviada à imprensa, a Força Sindical chamou a reforma da Previdência proposta pelo governo de perversa e disse que ela só prejudica os trabalhadores menos favorecidos economicamente.
A entidade afirma lutar por uma Previdência universal e sem privilégios. Segundo a Força Sindical, quaisquer alterações precisam ter como princípio básico que os aposentados recebam benefícios com valores suficientes para oferecer-lhes uma vida saudável e digna. “Pagar um valor abaixo do estabelecido pelo salário mínimo é entregar apenas uma ‘esmola’ para os milhões de aposentadosque ajudaram a construir este País”, disse a Força.
O presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Antonio Neto, disse que a proposta do governo é uma versão piorada da reforma que o ex-presidente Michel Temer (MDB) tentou aprovar em seu governo. “Essa proposta representa a velha estratégia de arrochar a aposentadoria da imensa maioria do povo, sem atacar prioritariamente as regalias”, disse em nota.
A UGT (União Geral dos Trabalhadores) afirmou estar fazendo uma ampla análise do projeto apresentado nesta quarta-feira. Em nota, a entidade disse ver com preocupação o fato de o artigo 40 da reforma fazer referência a uma futura lei complementar do Poder Executivo para dispor sobre as normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade previdenciária na gestão dos regimes próprios de previdência social. “Isso pode ser um cheque em branco para o governo”, afirmou a entidade.